No universo financeiro, o acesso ao crédito desempenha um papel crucial, tanto para particulares como para empresas. Contudo, nem todos os créditos são iguais, e é importante distinguir entre o que podemos chamar de "crédito bom" e "crédito mau". Compreender essa diferença é essencial para tomar decisões que promovam a saúde financeira e o crescimento económico.

O que é um crédito bom?
Crédito bom é aquele utilizado como uma ferramenta para gerar valor, seja para aumentar a sua riqueza pessoal, seja para impulsionar o crescimento de um negócio. Este tipo de crédito geralmente tem como objetivo investimentos que trarão um retorno financeiro ou um benefício claro no longo prazo.
Exemplos de crédito bom:
Educação e formação profissional: Um empréstimo para pagar uma pós-graduação ou um curso profissional pode ser considerado crédito bom, pois tende a aumentar a capacidade de geração de rendimento no futuro.
Compra de imóvel: Um crédito habitação para adquirir um imóvel, especialmente quando este valoriza com o tempo ou gera renda (como no caso de aluguer), é um exemplo clássico de crédito bom, se bem feito.
Expansão de negócios: Para empresas, adquirir crédito para investir em infraestrutura, tecnologia ou marketing, desde que haja uma previsão clara de retorno, é considerado uma boa aplicação de recursos.
Automóveis para trabalho: Veículos adquiridos para uso profissional, como transporte ou entrega, também podem ser classificados como crédito bom, uma vez que podem fornecer alguns beneficios fiscais à empresa
O fator comum nestes exemplos é que o crédito é usado de forma estratégica, com um propósito claro de criação de valor e rentabilidade.
No fundo a ideia é: O crédito tem de gerar mais dinheiro (valor) que aquele que vai pagar por ele.
O que é um crédito mau?
Por outro lado, crédito mau refere-se ao crédito utilizado para financiar despesas que não geram valor ou retorno e podem levar a dificuldades financeiras. Esse tipo de crédito muitas vezes vem com custos elevados, como altas taxas de juros, e pode resultar em endividamento excessivo.
Exemplos de crédito mau:
Dívidas de cartão de crédito: Gastar dinheiro com o cartão de crédito para itens de consumo não essenciais, sem capacidade de pagar o saldo integral no vencimento, é um exemplo de crédito mau.
Empréstimos para luxos: Financiamento de bens de luxo, como viagens caras ou aparelhos eletrônicos de última geração, quando não há justificação financeira para esses gastos, entra nessa categoria.
Refinanciamento repetitivo: Contrair novos empréstimos para pagar dívidas anteriores sem resolver a causa do endividamento pode agravar a situação financeira.
A característica principal do crédito mau é que este frequentemente resulta numa dívida crescente e não oferece benefícios de longo prazo.
Como avaliar o tipo de crédito?
Antes de contrair qualquer tipo de crédito, é importante fazer uma análise detalhada:
Objetivo do crédito: Pergunte-se se o empréstimo servirá para gerar retorno ou resolver um problema temporário.
Taxas de juros e condições: Compare ofertas de crédito e avalie qual é a mais vantajosa, considerando o MTIC e a TAEG.
Impacto no orçamento: Verifique se as mensalidades são compatíveis com sua renda e certifique-se que a sua taxa de esforço é saudável.
Alternativas: Sempre que possível, avalie se existe uma maneira de evitar o crédito, como poupar ou adiar a despesa.
Dicas:
Eduque-se financeiramente: Entender conceitos como juros compostos, planeamento financeiro e investimentos pode evitar que caia na armadilha do crédito mau.
Crie uma reserva de emergência: Uma reserva pode reduzir a necessidade de crédito para emergências.
Planeie os seus empréstimos: Para empresas, um plano de negócios robusto ajuda a justificar e aproveitar ao máximo o crédito.
Negocie: Muitas instituições financeiras oferecem condições melhores para quem demonstra capacidade de negociação.
Conclusão
A diferença entre crédito bom e crédito mau reside no impacto que ele tem na sua saúde financeira e nos objetivos a longo prazo. Seja um particular ou uma empresa, use o crédito de forma consciente, planeando cada decisão e focando em investimentos que tragam benefícios reais. Com informação e disciplina, o crédito pode ser um aliado poderoso no alcance de suas metas.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.