Os mercados estão a cair e, isso é mais normal do que parece.
- Quintino Seguros
- 8 de abr.
- 3 min de leitura
Nos últimos tempos, muitos investidores, especialmente os mais recentes, têm olhado para as suas carteiras com preocupação. As aplicações em ações, fundos ou ETFs parecem valer cada vez menos. E a pergunta aparece, inevitavelmente: “O que se passa com os mercados?”
A resposta pode surpreender: o que se está a passar… é normal.

As quedas dos mercados fazem parte do caminho
Os mercados financeiros não sobem para sempre. Nunca subiram. O que estamos a ver agora são quedas generalizadas nas bolsas e perdas nas carteiras de investimento do chamado "investidor do retalho" — é algo que já aconteceu muitas vezes na história.
Há um padrão claro: os mercados têm ciclos. Há períodos em que tudo sobe (chamados bull markets) e períodos em que tudo desce (bear markets). Isto acontece por uma série de motivos: inflação, juros altos, guerras, instabilidade política, receios sobre o futuro da economia, entre outros.
Mas acima de tudo, acontece porque os mercados são feitos por pessoas. E pessoas têm medo, expectativas, impulsos e emoções.
“Mas por que é que a minha carteira está a cair tanto?”
Se tens investimentos em ações, fundos de ações ou ETFs ligados a índices (como o S&P 500 ou o Euro Stoxx), é normal que estejas a ver quedas. Isso não significa que tenhas feito um mau investimento. Significa apenas que estás exposto ao ciclo natural do mercado.
E sim, às vezes as quedas são acentuadas. Mas o que importa é o prazo: estás a investir para daqui a 3 meses ou para daqui a 10 anos?
Porque se for a longo prazo, há boas notícias: os mercados já passaram por inúmeras quedas e recuperaram sempre.
Lição importante: nada sobe para sempre
Durante os últimos anos, muitos investidores, sobretudo quem começou a investir recentemente, viu as suas carteiras crescerem. Era fácil pensar que "isto só pode continuar a subir". Mas não pode.
Nenhum ativo sobe indefinidamente. As correções e as quedas são uma espécie de "respiração" do mercado. É assim que os preços voltam a níveis mais realistas. E é também assim que se criam novas oportunidades de investimento, para quem continua calmo.
✅ O que podes fazer agora:
Evita decisões impulsivas. Vender em pânico costuma dar mau resultado.
Relembra o teu objetivo. Se estás a investir a longo prazo, mantém o foco.
Revê a tua carteira. Está bem diversificada? Estás confortável com o risco?
Aprende com esta fase. É nas quedas que se formam os investidores mais fortes.
Conhecimento: o maior aliado de quem investe
Saber por que razão os mercados se comportam de determinada forma é essencial. Isto não significa que é preciso ser economista ou analista financeiro, mas sim ter curiosidade e vontade de aprender.
Coisas como:
O que são ações, obrigações e fundos?
O que influencia o preço de um ativo?
O que significa “diversificação”?
Qual é o meu perfil de risco?
Qual é o meu horizonte temporal?
Sabe o que é DCA?
Como analisar uma empresa?
Como saber o preço justo de um ativo?
Estas perguntas são básicas — mas fundamentais. Sem elas, é como andar de carro sem saber onde estão os travões.
Não há fórmulas mágicas e ninguém prevê o futuro!
É importante também lembrar que, por mais experiência que alguém tenha, ninguém consegue prever com exatidão o que os mercados vão fazer amanhã, para a semana ou no próximo ano. Por isso, quando se fala de quedas (ou subidas), é essencial manter os pés bem assentes na terra e evitar decisões com base em impulsos ou opiniões de terceiros.
Mesmo quando se lê ou ouve alguém dizer “agora é uma boa altura para comprar” ou “vender antes que caia mais”, é essencial ter em mente que essas são opiniões, não garantias. E o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra.
Informar-se antes de investir, é investir melhor!
Conhecer o funcionamento básico dos investimentos, perceber o seu próprio perfil e ter objetivos claros pode fazer toda a diferença. Em vez de reagir ao que os mercados fazem, é possível atuar com consciência — seja para ajustar uma carteira, para continuar a investir ou, em certos casos, até para não fazer nada.
E isso só se consegue com informação. Ler, ouvir, questionar. Procurar fontes fiáveis. Estudar. Até porque, como em tudo na vida, a ignorância custa caro — e no mundo dos investimentos, ainda mais.
No mundo dos investimentos, não existe garantias. Mas existe algo ainda mais valioso: a capacidade de tomar decisões informadas.
E essa capacidade só cresce com o tempo, com a experiência — e com a vontade de aprender um pouco mais todos os dias.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.