Veículo de substituição nos seguros em Portugal: O que deves saber
- Quintino Seguros
- há 6 dias
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Atualizado: há 5 dias
Se já tiveste um acidente ou uma avaria no carro, sabes bem o transtorno que é ficar sem viatura. A boa notícia é que muitas seguradoras em Portugal oferecem veículos de substituição, mas nem sempre da mesma forma ou nas mesmas condições. Vamos perceber melhor o que está incluído, o que deves ter atenção e em que situações podes realmente contar com um carro de substituição.

Assistência em Viagem: o início de tudo
A maioria dos seguros em Portugal inclui uma cobertura de assistência em viagem. Esta cobertura serve principalmente para te ajudar no momento em que o carro deixa de funcionar. Seja por avaria, acidente ou até por um furo ou bateria descarregada.
Em algumas apólices, dentro desta cobertura, já vem incluída a possibilidade de um veículo de substituição. Mas atenção: nem sempre é automático. Além disso, o tempo durante o qual podes usar o carro de substituição varia muito: há seguradoras que emprestam por um máximo de 3 dias ano, outras por um máximo de 5 dias ano, dependendo do plano ou seguradora.
Cobertura específica: “Veículo de Substituição”
Algumas seguradoras disponibilizam uma cobertura própria e específica chamada mesmo “Veículo de Substituição”. Esta é uma opção adicional ao seguro base (normalmente associada ao seguro automóvel com danos próprios).
Esta cobertura é mais robusta. Em caso de acidente, avaria, roubo ou até incêndio, o cliente tem direito a um carro de substituição por um número de dias definidos na apólice. Aqui, o tempo costuma ser mais generoso: entre 7 a 30 dias, dependendo da seguradora, do plano contratado e da cobertura acionada ou motivo que fez o veiculo ficar imobilizado.
O grande benefício desta cobertura é que não depende só da assistência em viagem. Ou seja, mesmo que o carro esteja na oficina por danos resultantes de um acidente, e não tenha havido necessidade de reboque, podes ter direito ao veículo de substituição.
Em caso de acidente com o teu carro
Aqui as coisas variam bastante, mas há alguns cenários comuns:
Se tens seguro com danos próprios e a cobertura de veículo de substituição: Se fores responsável ou não pelo acidente, terás direito ao carro de substituição conforme o que estiver definido na tua apólice (ex: 7 dias máx, segmento B ou C, etc.).
Se não tens danos próprios e não foste responsável pelo acidente: Podes ter direito a um carro de substituição pago pela seguradora do outro condutor (o responsável). No entanto, isto implica algum processo e nem sempre é automático. Tens de comunicar o sinistro, esperar que a responsabilidade seja assumida e só depois é que poderás avançar com esse pedido. Sendo que depois da responsabilidade assumida, o lesado só tem direito ao veiculo de substiruição pelos dias de reparação.
Se não tens danos próprios e foste tu o responsável pelo acidente: Neste caso, a coisa complica-se. Se não tiveres contratado a cobertura específica de veículo de substituição, provavelmente vais ficar por tua conta.
E em caso de roubo ou incêndio?
Nestes casos, a cobertura de “Veículo de Substituição” pode também ser acionada, se estiver incluída no teu seguro. A maioria das seguradoras cobre estas situações, com prazos que variam entre 15 e 30 dias até que haja uma decisão sobre a indemnização ou reposição da viatura.
Levantamento de um Veículo de Substituição: como funciona e cuidados a ter
Quando a seguradora aprova um carro de substituição, normalmente és encaminhado para uma empresa de rent-a-car parceira. Apesar de ser um carro "oferecido", há cuidados importantes a ter.
1. Documentos necessários
Para levantares o carro, vais precisar de:
Cartão de Cidadão
Carta de condução válida
Cartão de crédito (essencial para a caução)
Algumas empresas podem ainda pedir comprovativo de morada.
2. A caução
Mesmo sendo a seguradora a pagar o aluguer, a maioria das rent-a-car exige uma caução, bloqueada no teu cartão de crédito. O valor costuma rondar os 100€, mas pode ser maior, especialmente se o carro for de gama superior. Este valor serve de garantia para danos, multas ou devoluções fora do combinado.
Nota: cartões de débito ou pré-pagos costumam ser recusados.
3. Condições e devolução
Apesar de ser um carro “emprestado”, há regras a cumprir:
Deves devolver o carro com o mesmo nível de combustível
És responsável por multas ou danos durante o uso
Verifica se há limite de quilómetros
Entrega dentro do prazo estipulado, ou podes pagar os dias extra
Se quiseres, podes pagar um seguro extra à rent-a-car para reduzir ou eliminar a franquia, mas esse custo normalmente fica por tua conta.
4. Dica útil
Tira fotos ao carro quando o levantares e quando o devolveres. Ajuda-te a evitar discussões sobre danos.
Resumindo: levantares um carro de substituição parece simples, mas envolve responsabilidade, por esse motivo, utiliza o veiculo que substituição apenas quando é realmente necessário.
Dicas finais
Lê bem as condições da tua apólice. Muitas pessoas só descobrem que não têm direito ao carro de substituição... quando já estão sem carro.
Compara entre seguradoras. Nem todas oferecem o mesmo. Algumas são mais generosas, outras mais restritivas.
Verifica o segmento do carro de substituição. Podes ter direito apenas a um carro mais pequeno, mesmo que o teu carro habitual seja maior.
Cuidado com o tempo de devolução. Ultrapassar o prazo estipulado pode implicar custos extra para ti.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.